Assumo-o frontalmente: não votei Jorge Sampaio.
Além de ter a vitória certa - o "Rei do Betão" nunca teria hipótese-, vi o PCP levar o candidato até ao fim. Assim, votei António Abreu (senti-me impelido a isso, non solo pela coragem do PCP, sed etiam pelo facto de aquando da sua visita à minha faculdade, apenas eu e um colega o termos ido ver: mais nenhum pró-fascista da Faculdade de Direito teve tomates de ir, pelo menos, ouvir o que os outros têm a dizer - o medo de serem vistos pelos assistentes atrás de um comuna teve tê-los apavorado).
Isto para dizer o quê?
Para dizer que agora, mais que nunca, me sinto no limiar da dúvida: será que Jorge Sampaio vai conseguir fazer-me arrepender de não ter votado nele? Que garanto, nunca aconteceu.
Ou será que Sampaio ("é que somos bonzinhos demais") me vai fazer dizer: eu bem te disse, votar nele foi um erro..."
Talvez por não ter votado nele, por ter votado mais à esquerda, possa exigir, enquanto cidadão, uma decisão correcta, uma decisão sensata, uma decisão de esquerda.