Quando alguém ganha qualquer coisa, faz-se sempre uma reportagem com gravações de arquivo e entrevistas a quem conhece o herói. O costume.
Nesta, estavam a entrevistar (provavelmente ontem) um casal que trabalhava no Belenenses quando ele foi para lá, que o tomou como filho adoptivo. "Se vissem uma criança de 17 anos a chorar, a dizer que não tinha pai nem mãe, e vos pedisse para serem mãe dele, não lhe iam dizer que não!", disse a senhora com os seus olhos de assassina em série (tinha mesmo!!!).
"E o senhor, parece que exclamou qualquer coisa ontem?"
"(risos) Urra! (mais risos) Disse urra! Esta já cá canta! (entre mais risos)"
Depois os risos continuaram, mas foram os meus.
Para começar, ninguém diz Urra! Urra é o grito de alegria de quem não sabe bem o que é estar feliz.
Depois, parece-me ridículo alguém dizer à jornalista que o senhor disse "qualquer coisa", para depois se vir a saber que o que ele disse foi "Urra".
Adiante.
Depois foi uma entrevista ao próprio, a dizer que a principal impulsionadora para a sua mudança de nacionalidade foi a sua mãe na Nigéria. Já vamos em duas mães, e esperemos que esta ao menos seja a biológica. Duas mães adoptivas é demais para um homem só.
Passado um bocado entrevistaram a sua actual treinadora, uma espanhola visivelmente satisfeita com o resultado de um atleta com quem se dá muito bem, e que a trata como se fosse sua mãe.
...
TRÊS!!!
O gajo tem três mães!!!
Deve fazer aqueles olhinhos do gato das botas no Shrek2, ou olhinhos de Bambi, e elas derretem-se todas.
Isto é de homem!!! Corre que se farta, e ainda engata as velhas.